A equipe médica responsável pelo tratamento do rapper Gustavo da Hungria, 34 anos, concedeu coletiva de imprensa no início da tarde desta sexta-feira (3/10), detalhando o quadro de saúde do cantor. Hungria está internado no DF Star, na Asa Sul de Brasília, com suspeita de intoxicação por metanol.
O resultado do exame, que vai confirmar ou descartar a intoxicação do cantor, fica pronto a partir de cinco dias após a coleta sanguínea.
“As vigilâncias dão orientação de que qualquer suspeita seja notificada. E tão logo o paciente deu entrada na unidade, assim o fizemos”, explica o Dr. Leandro Machado, médico assistente da equipe que acompanha Hungria.
O cantor foi levado à unidade de saúde nessa quinta-feira pela manhã, depois de ligar para a irmã, relatando que estava passando mal. Manoela Hungria disse que eram 8h30 quando recebeu a ligação do irmão, alertando que estava passando mal, e que sentia gosto de gasolina na boca.
Manoela acionou o médico da família que providenciou uma ambulância às pressas, para conduzir Hungria ao Hospital DF Star. O cantor foi atendido e iniciou o tratamento padrão para o caso de intoxicação por metanol, dado que ele apresentava todos os sintomas compatíveis.
O tratamento consiste na ingestão de etanol, em quantidade controlada e calculada de acordo com o peso corpóreo do paciente, para “rebater” o efeito do metanol no organismo. Outro protocolo adotado foi a hemodiálise, que Hungria começou nessa quinta e já fez uma sessão nesta sexta. A ideia é filtrar o sangue do cantor, a fim de eliminar as possíveis toxinas nele.
Assista a coletiva na íntegra:
Participaram da coletiva de imprensa o corpo clínico composto por Dr. Antônio Aurélio, diretor clínico e coordenador da UTI geral; Dr. Leandro Machado, médico assistente; Dr. Guilherme Meyer, diretor médico do Hospital DF Star e Dr. Alisson B Barcelos Borges, diretor-geral do Hospital DF Star.
Machado diz que Hungria ligou para ele na quinta pela manhã e chegou à unidade de saúde com muita dor. “A dor abdominal era muito intensa”, detalha.
Apesar de ter confirmado que um dos sintomas que Hungria teve foi “visão turva”, a equipe médica garante que o cantor já foi avaliado pelos oftalmologistas e que a agilidade no atendimento foi crucial para reverter qualquer possibilidade de cegueira. “Ele não corre risco de perder a visão”, diz equipe médica
Os médicos disseram, ainda, que não há sinal e sequela permanente no quadro do rapper, mas que ele chegou ao hospital bastante debilitado. “Hungria pode demorar a voltar a ser quem era”, diz médico.
Não há confirmação sobre onde Hungria teria ingerido a bebida alcoólica adulterada com metanol, se no DF ou em São Paulo. A casa de show onde o rapper se apresentou no último fim de semana, na capital paulista, foi interditada pelas autoridades locais, visto que duas pessoas que estavam no local também apresentaram sintomas.
“Fez diálise ontem, hoje e a expectativa é que ele faça a última ainda hoje. Está conversando, lúcido, orientado. E a expectativa é que ele receba alta de domingo para segunda”, detalha Machado.
Paciente 2
O Distrito Federal registrou, nesta sexta-feira (3/10), o 2º caso suspeito de intoxicação por metanol.
A reportagem apurou que trata-se de um homem de 47 anos que deu entrada na UPA de Brazlândia com sintomas compatíveis com o quadro de intoxicação pela substância. Ele está intubado e o estado de saúde é considerado grave.
Há previsão de que o paciente seja transferido em breve para a unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM).
